A Junta de Freguesia de Alturas do Barroso lança um desafio a todos os interessados em difundir publicamente os seus textos de poesia na nossa página web. Este é um espaço de âmbito cultural onde as pessoas podem publicar a sua poesia. Com a iniciativa pretende-se fomentar e consolidar hábitos de escrita e de leitura, promover a criatividade e a imaginação, bem como tornar o website mais interactivo.
Faça-nos chegar os seus textos através dos nossos contatos.
O ciúme e a morte, Cá na minha opinião, São os dois culpados De haver muita solidão.
Há muita gente a sofrer E vive na solidão; A morte lhe roubou alguém Que amava do Coração.
O ciúme também é culpado De haver muitas separações, Em alguns casos será verdade Noutros não há razões. |
Vamos todos reflectir E prestar muita atenção Para evitar o mais possível De se viver na solidão.
O ciúme é uma arma Que muitos pode matar, Por mais cuidado que haja De momento pode disparar.
Para evitar tido isto Vamos ter muitos cuidados, O ciúme é a causa De muitos lares separados. |
Autoria de Jaime Afonso
Muitos dos que emigraram Procurando melhor sorte Alguns ficaram deficientes Outros encontraram a morte
Se o destino é quem manda Eu acredito também, Logo que todos caímos Aos pés da nossa mãe.
Lá nos países estrangeiros Trabalhando com algum gosto Pensando todos os dias No seu preferido mês de Agosto. |
Muitos ainda no activo Outros já na pré-reforma Alguns à espera dos 60 Ansiosos por vir embora.
Deveis todos pedir a deus Eu próprio também lhe peço Para os emigrantes terem saúde E também um bom regresso.
Para no próximo mês de Agosto Possam todos regressar Chegando de boa saúde Para suas férias gozar. |
Autoria de Jaime Afonso
Há três coisas neste mundo Que se deveriam procurar Amor, depois dinheiro E a saúde em primeiro lugar.
Vamos todos fazer o possível Para os três bens obter Estimando a nossa saúde Para diminuir o nosso sofre.
Os que têm muito dinheiro Pensam que não vão morrer Por vezes estragam a saúde E não sabem o que vão perder. |
Peço a todos que têm saúde Os maus vícios não experimentar Por vezes culpados Da nossa saúde estragar.
Se todos tivermos saúde A nossa vida vai melhorar O amor vai aparecendo E o dinheiro vai-se ganhar.
Vamos estimar a nossa saúde Para podermos seguir em frente Pois não há vício que possa Com o homem inteligente. |
Autoria de Jaime Afonso
Como vai o meu País Já ninguém sabe dizer, É a guerra dos políticos E o povo vive a sofrer.
Abrem o telejornal Mas sempre sem alegria, Não têm mais em que falar É só na pedofilia.
Quando mais mexem na merda Mais a merda cheira mal, Assim vão mostrando ao mundo A merda que temos em Portugal. |
As nossas televisões Só procuram audiências, E assim vão ensinando O crime às nossas crianças.
Com verdades e mentiras O povo vai aprendendo, E pobres dos inocentes Que a factura vão pagando. |
Autoria de Jaime Afonso
Temos no país muitos idosos Que vivem na solidão À espera da sopa quente Que ao meio-dia lhes dão
Alguns dizem que é bem feita Até lhes sabe muito bem Não a podem comer toda Que à noite já não a têm
Aos Feriados e aos Domingos Lá vivem na solidão Já não têm a sopa quente Bebem água e comem pão
Quando a neve impede Do padeiro vir à aldeia Bebem água ao meio-dia E comem bolachas à ceia
Apelo aos responsáveis Que prestem mais atenção Muitos deles conhecem bem A terrível situação |
Muitos desses idosos Gostavam de ir para um lar Mas com os euros que lhes dão Não chegam para cá entrar
É neste país que vivemos Que temos destas situações Uns bebem água e comem pão Outros ganham milhões
Quando alguém vem dizer Que está tudo a correr bem Os que sofrem deviam dizer Oh grande filho da mãe
Há quem me chame revolucionário Tenho gosto em o ser Nunca me vou calar Enquanto puder escrever. |
Autoria de Jaime Afonso
Com o calor que se prevê Vamos ter muito cuidado Para evitar que se veja Tanto terreno queimado.
Que mal fazem as árvores Que levam tempo a desenvolver? - Que prazer tens, malfeitor, De veres tudo a arder?
Gostava de ser Juiz Para te poder julgar Prendia-te a uma árvore Antes do fogo chegar |
Mesmo que alguém te peça Até que te ofereça dinheiro Antes de riscar o fósforo Pensa três vezes primeiro
Se eu te vir pegar fogo Podes até ser amigo Farei tudo o que puder P'ra te darem o castigo
As árvores fazem falta E têm grande virtude Quando há muitas no monte Até temos mais saúde. |
Autoria de Jaime Afonso
Faz tempo que eu escrevi Falando da Escuridão Em casa a luz da candeia Na rua o velho lampião;
O tempo voltou para trás Como pediu António Mourão! Em casa ainda temos luz Na rua é uma escuridão!
Devemos dar apoio A quem disse na televisão Que isto só vai mudar Quando houver nova revolução?!
Aqueles que estão contentes Com o que está acontecer Gostam de andar às escuras Para mais assaltos fazer! |
Tornam culpas à crise Para se pouparem uns tostões E os milhares de euros que se gastam Por vezes sem haver razões!
É ver os carros de luxo Que dizem ser do estado Pagando ao motorista Para alguém ir confortado!
Para estes não há crise E eles têm sempre razão Até não lhe faz diferença Se lhe congelarem a pensão! |
Autoria de Jaime Afonso
Quando vou à nossa vila Algo me chama a atenção Entre Lavradas e Carvalhelhos Tanta lenha seca no chão
Perto dessas aldeias Temos uma linda floresta Levaram o bom dos pinheiros Deixaram o que não presta
Peço aos responsáveis Que passem pelo local Antes que essa lenha seca À linda floresta faça mal |
Já faz tempo que eu disse Ao comandante dos bombeiros Que levassem O que não presta Quando levam o bom dos pinheiros
Digam de vossa justiça Se eu não tenho razão Será preciso em poesia Chamar alguém à atenção? |
Autoria de Jaime Afonso
Nos meus tempos de criança Meu pai falava de ingratidão Hoje que sou adulto e compreendo Acabo por lhe dar toda a razão.
Alguns pais muito sofreram Para verem os seus filhos formados Hoje continuam sofrendo Pelos mesmos se verem desprezados.
Ainda há muitos filhos Que a ler nunca aprenderam E foram forçados a emigrar Mas dos seus pais nunca se esqueceram.
Ao se ver tão grande ingratidão Quem pode ficar calado? Qual dos dois cumpre o seu dever O analfabeto ou aquele que é formado? |
Faço aqui um apelo Àquele filho que é formado Por muita razão que tenhas Nunca ponhas os teus pais de lado.
Mesmo que sejam velhinhos Ou percam o uso da razão Faz-lhes o bem que puderes Não lhes pagues com ingratidão
Muito mais tinha a dizer Pois tenho muitas na ideia Ao ver tanta ingratidão Neste mundo que nos rodeia.
Já houve alquem que pensou Com ingratidão nos pagar O desprezo é a melhor prenda Que a esse alguém se pode dar. |
Autoria de Jaime Afonso
Já passaram 70 anos Quando eu andava na escola Éramos 40 alunos ou mais E poucos levavam sacola
Ao acabarem as aulas Por volta do meio-dia Íamos a correr para casa Comer a sopa do outro dia
Alguns andavam descalços De calças rotas com os tomatinhos de fora E não se falava em crise Como se fala agora |
Os culpados da mesma crise Se tivessem passado tão maus bocados Dividiam o que lhes sobra Pelo idosos maltratados
Os idosos e as crianças Deviam ser mais informados Para quando há refeições Não serem tão enganados. |
Autoria de Jaime Afonso
Lembrei-me de, nesta altura, Mais uns poemas fazer, Recordando 60 anos atrás, Pois recordar é viver.
Tomei esta atitude, Penso não fazer mal, Lembrando esta época, Por serem as festas do natal.
Quando tinha 9 anos E fazia algumas asneiras, A minha mãe dizia, Amanhã não vais à feira.
Logo lhe pedia perdão E um beijo lhe ia dar. Ela mandava-me ao vizinho Para o burro me emprestar.
Se o vizinho não quisesse, Logo se ia desculpar, O burro não tem licença E a multa ides pagar.
Quando chegava a casa, Dizia à minha mãe O que me tinha dito o Ti José O burro não tem licença, eu vou a pé.
Ao ouvir o que eu dizia, Ela tinha a preocupação, Cortava uma chouriça E um grande pedaço de pão.
Logo no dia seguinte, Algumas vezes havia luar, E quando não havia, Íamos mesmo a tropeçar.
Eram dias horas Que tínhamos de andar Fazíamos 18 km Para à Vila chegar.
No meu tempo de criança Recordo e vou dizer, Só se chama o médico Quando alguém estava a morrer.
Na semana Eu vou continuar … Quando alguém ficava doente o que se fazia para o médico cá chegar!
Não havia estradas Nem tão pouco telefone, Esse tempo não esquece Aqueles que passavam fome. |
Também não tínhamos luz Era uma escuridão Em casa à luz da candeia Na rua o velho lampião.
Não havia café na aldeia Nem em casa televisão, Sentadinhos à lareira Íamos fazendo serão.
Íamos cedo para a cama Para aquecer os pés No fim de nove meses Iam nascendo bebés.
Os anos foram passando Embora tudo diferente, Hoje parece tudo melhor Mas com muito menos gente.
Para recordar tudo que sei, Muito tinha que dizer, Era preciso um ano Diariamente a escrever.
Quando tenho tempo livre Gosto muito de escrever, Para recordar o passado Pois recordar é viver
No passado não havia droga Nem pílula, nem viagra, Mesmo depois do casamento, No divórcio não se falava.
Tudo isto que eu falei Muita gente não sabia, Havia muita mais saúde E também mais alegria.
O pão que se comia Por vezes era de broa dura Mas havia mais alegria com a fome Do que hoje com a fartura.
Quando chegavam as cegadas, Pouca gente se via na rua, Hoje é muito diferente, Cada um lá faz a sua.
Quando regressavam à noite, Juntos à porta do portão, Dançavam ao toque do realejo Outras vezes tocava o acordeão.
Chegava a hora da ceia Eram chamados a comer, Iam acabar com a cabra velha E mais uma pinga beber. |
Autoria de Jaime Afonso
Quando vamos à nossa Vila Não é só de agora, já era dantes, Deixamos o dinheiro no supermercados E vamos comer aos restaurantes.
Se há uma festa na aldeia E os da Vila nos vêm visitar Não deixam cá dinheiro Mas querem cá almoçar.
Ao ouvir estes poemas Os da vila não vão gostar Mas há muito que já sabeis Que o Jaime gosta de desabafar. |
Quando visitares as Alturas Já cá podeis almoçar Temos cá um com restaurante Para alguns euros podereis gastar.
Tudo quanto acabei de dizer Já era do tempo da minha mãe Que os da Vila iam dizer Nas Alturas come-se bem.
Penso que tudo quanto disse Não foi nenhuma asneira É apenas um desabafo Não passa de uma brincadeira. |
Autoria de Jaime Afonso
Vou pedir a toda a gente Que faça menos pecados Pois já cá chegou a moda De sem padre serem enterrados.
Para alguns estarem tristes Outros contentes devem estar São mais uma dezena de Euros Que na carteira vão ficar
Começou em Dornelas Ás Alturas está a chegar O culpado de tudo isto Muito contente não pode estar. |
Se o mesmo está contente Também se deve sentir feliz Pois será ele o culpado De acabar a religião em todo o país.
Não sei de quem é a culpa Não vou rasgar esse Véu Apenas me compete perguntar Sem padre também se pode ir pr'o céu? |
Autoria de Jaime Afonso
Ao chegar o mês de Agosto Eu falo com muitos emigrantes Alguns me dizem que vão e voltam E encontram tudo como dantes
E se houver algum que lembra O que faz falta na Aldeia Dizem que muitas festas fazem falta Para poupar o almoço e as vezes a ceia |
Se houver fogo na aldeia Como se pode apagar? As bocas de incêndio que temos Nunca chegam a funcionar
Dava gosto antigamente Do nosso forno comer o pão Já há anos se vem falando Na sua reconstrução |
Autoria de Jaime Afonso
O Telemóvel é um bem O álcool tem o seu valor Os dois são o maior inimigo Mesmo do melhor condutor.
Quando fores conduzir E receberes uma chamada Liga os piscas-piscas E pára na berma da estrada. |
Quando não puderes parar, Por exemplo da auto-estrada, Lembra-te que o telemóvel Tem um gravador de chamadas.
Quando fores a conduzir Tira o telemóvel do ouvido O perigo, e por vezes a morte, Estão sempre à espreita Daquele mais distraído. |
Autoria de Jaime Afonso
O destino de todos nós Há quem diga e eu também Nasce quando nos caímos Aos pés da nossa mãe.
Para alguns o destino É doce como o mel Para outros o mesmo É amargo como o fel.v
Há quem diga que o destino É para todos igual Para tantos é tão bom E a outros faz tanto mal. |
Por vezes muitos de nós Também escolhemos o destino Procedemos já adultos Como se fossemos um menino.
Há quem sofra toda a vida Será que o destino assim quer? Alguns sofrem por ser solteiros Outros sofrem por terem mulher.
Deste modo já não se sabe Como se há-de viver Para alguns serem felizes Outros preferem morrer. |
Autoria de Jaime Afonso
É hoje o primeiro dia de voltares à escola Vê se levas todos os livros dentro da tua sacola.
Mais um ano de estudo que deves aproveitar para no fim do ano melhores notas poderes tirar.
Se tu fores estudioso e um curso conseguires tirar, será a melhor herança que os teus pais te podem deixar. |
Infelizmente há muitos pais que não têm possibilidade o Estado pode-te ajudar se tiveres força de vontade.
Não deves dar ouvidor ao que está a passar, lá diz o velho ditado O Saber não ocupa lugar.
Mesmo que ouças dizer que não há colocação, deves manter a esperança que melhores dias virão. |
Autoria de Jaime Afonso
Quem se recorda como eu Já alguns anos passados Quando íamos á nossa Vila Vínhamos de lá muito chateados
No Presente tudo mudou Está tudo muito diferente Somos muito bem atendidos E por muito boa gente
Começando pelos Correios Pela Câmara se vai passar Chegando ao registo Civil Temos lá gente espectacular
Até mesmo nas Finanças Está tudo muito diferente Somos muito bem atendidos O que não acontecia antigamente
Se estiver mal disposto Tomem a minha atitude Vão imediatamente Ao Cento de Saúde |
Temos lá óptimos Enfermeiros Que nos merecem consideração Também somos bem informados Pelas senhoras do Balcão
Tinha mais para elogiar Mas por falta de espaço Para os que elogiei Eu lhe envio o meu abraço
Isto não é puxa saco Como dia o Brasileiro No passado os mais ricos Eram atendidos primeiros
Hoje tudo isso acabou Que não volte outra vez Somos todos atendidos |
Autoria de Jaime Afonso
Temos no país muitos idosos Que vivem na solidão À espera da sopa quente Que ao meio-dia lhe dão
Alguns dizem que é bem feita Até lhe sabe muito bem Não a podem comer toda Que à noite já a não têm
Aos Feriados e aos Domingos Lá vivem na solidão Já não têm a sopa quente Bebem água e comem pão
Quando a neve impede Do padeiro vir à aldeia Bebem água ao meio-dia E comem bolachas à ceia
Apelo aos responsáveis Que prestem mais atenção Muitos deles conhecem bem A terrível situação |
Muitos desses idosos Gostavam de ir para um lar Mas com os euros que lhes dão Não chegam para cá entrar
É neste país que vivemos Que temos destas situações Uns bebem água e comem pão Outros ganham aos milhões
Quando alguém vem dizer Que está tudo a correr bem Os que sofrem deviam dizer Oh grande filho da mãe
Há quem me chame revolucionário Tenho gosto em o ser Nunca me vou calar Enquanto puder escrever. |
Autoria de Jaime Afonso
Faz tempo que escrevi Falando de ingratidão Há dias alguém se lembrou E me veio daar razão Fazer bem receber mal A todos nós deve custar Confiando num amigo E com ingratidão nos paga
É neste país que vivemos e teremos de continuar Para uns viverem alegres Outros viverem a chorar
É ver os milhares de idosos Que vivem na solidão Tantos jovens sem emprego Tantas crianças sem pão |
Os culpados de tudo isto Passam a vida a sorrir Levam a vida a fazer promessas Quando as não podem cumprir
O povo já não acredita Já não pode escolher mais Em quem se deve acreditar No fundo são todos iguais |
Autoria de Jaime Afonso
Já passaram dois meses Que deixei de o fazer Para respeitar os que me pediram vou voltar a escrever
Houve alguém que me disse Que eu considero como amigo Que o Ecos sem poesia Quase não fazia sentido
Seria apenas um desabafo Talvez me quisesse elogiar Gostava da minha poesia Por na mesma eu desabafar |
Quando se houve falar em crise Não podemos ficar calados Tanto se fala da mesma E todos os Hotéis estiveram esgotados
Será que a crise só chega Aos que tem pequenos salários E aos milhares de idosos Que já estão reformados.
Por tudo quanto se vê Tem razão alguém que diz, Se isto assim continua Onde vai parar o nosso país? |
Autoria de Jaime Afonso
Estas quadras que vou fazer Directas ao GAC vão, As três letas querem dizer Gabinete de Apoio ao Cidadão
Se tiveres algum assunto Que te traga preocupado, Dirige-te a este Gabinete Sairás de lá bem informado.
Eu assim o tenho feito E continuo a fazer, Entrego lá o meus poemas Para que toda a gente os possa ler.
Este Gabinete tem função de nos facilitar a vida, Resolve-nos muitos problemas Sem termos de nos deslocar à Vila. |
Passam por lá os jovens Mostrando o seu valor, Pois têm a liberdade de aprender A mexer no computador.
Tem consultas de Internet, Ligação ao Espigueiro, Tem lá boas Informações Sem se falar em dinheiro.
Falando no SCETAD Muito havia que dizer, Dirige-te ao Gabinete Lá te vão esclarecer.
As pessoas que lá trabalham Prestam toda a atenção Foram muito bem escolhidas Para os Gabinetes do Cidadão. |
Autoria de Jaime Afonso
A vida de um pastor E difícil de levar Mesmo com chuva ou neve Seu rebanho tem que guardar.
Passa parte dos seus dias Encostado ao cajado Cheio de preocupação Para não ter mal o seu gado.
Há pastores inteligentes Que nunca foram à escola Têm a universidade da vida Que vale mais do que os estudos de agora. |
Há quem critique os pastores Por eles não serem estudados Se fôssemos todos doutores Que seria dos nossos gados?
Há pastores no nosso país Que mereciam ser doutores E temos alguns estudados Que deveriam ser pastores.
Vamos respeitar os pastores E melhores condições lhes dar Para quando formos ao restaurante Um bom cabrito saborear. |
Autoria de Jaime Afonso
Nós aqui em Trás-os-Montes Tínhamos uma tradição. Quando alguém batia á porta Pode entrar e porque não.
Vamos ter mais cuidado A tradição tem de acabar. Quando alguém bate é porta Não se deve mandar entrar.
Quando voltar a acontecer E se for desconhecido, Agora estou limpando a arma Depois vou falar consigo. |
Se estiver só a esposa E de alguém desconfiar, Meu marido foi á caça E deve estar a chegar.
Por tudo que se tem visto Tudo nos leva a pensar. Será culpa do desemprego Ou de quem não quer trabalhar.
Vou pedir aos idosos Que prestem mais atenção. Todos os dias são avisados Pela rádio e televisão. |
Autoria de Jaime Afonso
Há quem use a mentira Para alguém prejudicar Outros servem-se da mesma Para ao poder chegar
Ainda me recordo bem Dos serões do Inverno A minha mãe dizia Se mentires Vais para o inferno
Os anos foram passando Ainda não consegui esquecer O inferno hoje tem de ser grande Para tanto político lá caber |
Vai ser no mês de Maio Que muitas mentiras se vão ouvir E também muitas promessas E as que ficaram por cumprir?
Aqueles que mais falam da crise Até se julgam bem formados Todos nós lhe devemos dizer Que da mesma eles foram culpados
Não tenho culpa de ser quem sou Mas estou sempre à vontade Quando vejo injustiças Tenho de dizer a verdade |
Autoria de Jaime Afonso